segunda-feira, 18 de março de 2013

Resenha - A Maldição do Tigre de Colleen Houck


Um livro que possui todos os ingredientes certos, mas com um pouco de exagero em um deles, mas mesmo assim, um livro magnífico que nos faz apreciar cada detalhe da narrativa e vivenciar as aventuras e dramas dos personagens que constroem o enredo desta obra que traz para o público leitor a  mitologia indiana de forma bem diferente que Percy Jackson e As Crônicas dos Kane.


A primeira coisa que quero destacar é a capa. Vamos ser sinceros, mas esta capa não é incrível? Acho que por si só ela compra o leitor e o faz comprar o livro. A arte empregada na identidade do livro foi muito bem cuidada, e fica melhor ainda quando se tem o exemplar em mãos. O tom metalizado dá uma áurea mais surreal ao que nos espera no livro.

"Nós nos aproximamos da jaula. O tigre, que estivera cochilando, ergueu a cabeça e me olhou, curioso, com seus brilhantes olhos azuis."
Página 34 

Sem mais delongas, A Maldição do Tigre era um dos meus desejados desde o lançamento. Não só pela capa, mas por tratar de mitos hindus. Mitologia de diferentes culturas sempre é algo interessante para mim. Depois de acompanhar Percy Jackson e sua mitologia grega - e agora romana - , saber de um livro que trata sobre a mitologia indiana, que para mim é uma mitologia bastante complexa e pouco explorada, não pude pensar duas vezes e sabia que iria me apaixonar pela leitura.

"Aceleramos o ritmo e começamos a correr entre as construções. Ouvi um silvo e um grito, seguido por vários outros. As estátuas dos macacos estavam brilhando e ganhando vida. Alguma coisa se movia acima de nossas cabeças."
Página 279 

A Maldição do Tigre - primeiro volume da Saga do Tigre - é um livro que peca ao ser um YA Book. É impossível não comparar a Crepúsculo, apesar de apenas repetir o quesito "triângulo amoroso". Depois de Jogos Vorazes, triângulos amorosos para mim tem que fazer sentido. Não basta simplesmente a personagem dizer que está "confusa". E isso foi o principal para eu odiar a protagonista e narradora do livro, Kelsey Hayes.

"Deitei-me na cama pensando que dormir seria impossível, mas sem muita demora mergulhei em um sono relaxante e sem sonhos."
Página 96 

Após arranjar um emprego em um circo por um curto período, e lá ter que cuidar de um tigre branco, e logo se "apaixonar" pela beleza exótica dele, Kelsey aceita acompanhar o animal até a Índia, até um local apropriado para ele. No caminho, a jovem descobre inesperadamente que o tigre Dhiren é na verdade um príncipe indiano de mais de 300 anos, que foi vítima de uma maldição que o prende ao corpo de tigre, exceto por 24 minutos por dia. Kelsey então decide ajudar Ren a quebrar a maldição, e juntos, terão que cumprir uma profecia enigmática.

"Seu rosto se suavizou, assumindo uma expressão de ternura, e os cantos de sua boca ergueram-se em um sorriso sincero."
Página 90 

O livro ia tudo bem, mas a autora focou tanto no romance Kelsey-Ren, que o livro ficou meio sem direção. Colleen criou uma protagonista "pura", mas com pensamentos não tão "puros" assim. E é uma protagonista fraca e que passa o livro todo sendo protegida, ou por Ren, ou por seu irmão também amaldiçoado, Kishan. Por mais que ela se diga corajosa o suficiente para se meter numa aventura para quebrar uma maldição, Kelsey é uma personagem que ao meu ver "não vale a pena", mas mesmo assim prossegui a leitura, pois ao contrário da protagonista, Ren é mais sensato - um pouco cego demais para ter olhos apenas para Kells.

"- Acho que nós dois precisamos encontrar um caminho para a fé. Eu acredito que exista algo maior, um poder benigno no universo que guia todas as coisas."
Página 222 

O livro possui um enredo muito fechado em seu primeiro volume, e eu gostei disso. A autora soube dar um começo, meio e fim, criando uma ponte para os próximos volumes, mas sem deixar muitas pontas soltas. E pelo o que parece, como o primeiro livro se focou em Ren, o segundo, O Resgate do Tigre, se centrará em Kishan.

"Nesse momento, um rugido ensurdecedor e de partir o coração sacudiu as árvores. Virei-me no assento e fitei a estrada deserta à minha frente."
Página 341 

Em suma, eu adorei a leitura, apesar de ter que aturar por um bom tempo Kelsey. Irei correr para ler os próximos livros - já tenho eles até A Viagem do Tigre! Colleen Houck soube abordar a mitologia indiana de forma bem diferente e empolgante...

5 comentários:

  1. Essa saga seria perfeita se não houvesse esse bendito romance, que em alguns momentos chega a irritar. Apenas o fato de explorar a mitologia indiana, que eu acho fantástica, contribuiu para essa apreciação. Agora o meu único medo é que o quinto livro, que a princípio não existiria, se torne desnecessário. Em abril poderei saber minha opinião sobre isso e realmente espero que a autora não tenha dando uma continuação apenas para tornar a série mais "comercial".

    Abraços e parabéns pela resenha!
    Ricardo - www.blogovershock.com.br

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    1. A mitologia indiana é mesmo fantástica, mas esse romance da Kells e os irmãos indianos meio que enche o saco, kkkk, mas acho que dá pra suportar. O quinto livro acho que se chamará "O Sonho do Tigre"... pelo o que eu vi, a autora termina a série no quarto volume. Já esse quinto eu não sei qual é o objetivo. Espero que seja uma boa ideia mesmo, e como você disse, não apenas "comercial".

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  2. Oie Joshua
    hahahah, você não é o primeiro a odiar a Kelsey, e se prepara que no terceiro livro ela fica ainda mais insuportável. Eu curti principalmente pela mitologia, e nisso a autora é fera. Os próximos volumes só focam ainda mais na mitologia, e embora o triângulo amoroso seja realmente um pouco repetitivo e chato, o restante salva. COlleen sabe como contar uma boa história.
    bjos

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    Respostas
    1. Me disseram que no terceiro livro ela fica odiosa... mas mesmo assim irei ler, kkkk, mas a Kells é uma garotinha irritante! A mitologia é incrível, e o modo como a autora abordou foi surreal!

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  3. Eu concordo com sua resenha, a Kelsey é mesmo uma personagem controversa. Eu tenho a impressão que ao longo da série, a autora corre o risco de perder a mão exagerando em tudo - muito romance, muito conflito emocional, muita mitologia - mas a série ainda está me segurando. Espero que o quarto livro melhore, e O Resgate do Tigre é o melhor até o momento, espero que você goste.

    Abraços!

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